Nutrição

DiabetesSuplementos Alimentares no DesportistaNa área desportiva a utilização de suplementos alimentares tem gerado muita controvérsia e debate, pois o equilíbrio alimento vs. medicamento não se consegue com facilidade.

As substâncias ergogénicas como a carnitina (substância concebida para melhorar o rendimento desportivo para além dos efeitos do treino) devem ser utilizadas apenas em situações pré-determinadas com aconselhamento médico e nunca se devem sobrepor a alimentação na sua importância desportiva para o atleta.

Estas substâncias dizem melhorar a eficiência, o controlo e a produção energética, mas atenção:

– A sua eficácia não se encontra demonstrada cientificamente

– As campanhas publicitárias são muitas vezes persuasivas

– Os interesses comerciais sobrepõem a verdade científica

– São produtos de comercialização fora do circuito farmacêutico, logo de maior risco

– Não existe um controlo por entidades estatais.

Tem que se realçar a importância da alimentação no desporto e no consequente desenvolvimento da massa muscular do desportista, sabendo através de profissionais do ramo quais os nutrientes a consumir após o exercício para melhoria muscular e de performance.

Ter também em conta que modalidades diferentes obrigam a uma planificação alimentar diferente.

O atleta deverá ter um consumo proteico e glucídico aumentado, mas curioso quando contabilizado o consumo médio de proteína da população portuguesa sedentária constata-se que ultrapassa o valor de 2g./ kg., logo não existe a necessidade de aumento proteico no atleta, mas sim diminuição no indivíduo sedentário.

Existem refeições específicas para o fortalecimento da massa muscular, que deverão ser realizadas 3 horas antes ou após uma competição/ treino, exemplificamos:

– ½ frango grelhado com feijão cozido e arroz

– 2,5 dl. de leite meio-gordo ou 2 ovos cozidos, soja e arroz

– Sopa com lentilhas e peixe grelhado com batatas cozidas.

Estas refeições, ricas em hidratos de carbono complexos e proteína, poderão ter uma ligeira adição de sal e ser acompanhadas por fruta fresca ou sumo.

Nunca é demais alertar para o risco de excesso proteico, tanto em alimentos como em suplementos, pois a ideia do músculo utilizar proteínas como combustível não é correcta; o mito da carne como alimento de excelência no desportista não tem qualquer fundamento científico. Um excesso proteico pode ser um risco para a saúde, resultando numa sobrecarga sobre os rins e fígado e originando perda de cálcio e desidratação.

 

Suplementos como o ginseng, a creatina, a coenzima Q10 ou a carnitina são conhecidas substâncias ergogénicas para aumentar a utilização da gordura como carburante, mas a sua eficácia não se encontra bem demonstrada.

 

> Em síntese:

– A ingestão de água (antes, durante e após o exercício) é fundamental para prevenir a desidratação.

– As bebidas energéticas podem ser benéficas se utilizadas durante e após o exercício, pois repõem os líquidos e minerais perdidos.

– Evitar alimentos ricos em açúcares simples (bolos, chocolates). A utilizar, apenas no final de uma grande refeição e nunca isoladamente.

– Existem poucos suplementos proteicos fundamentados em bases científicas, logo a sua utilização apenas se recomenda sob supervisão médica.

 

Dr. João Sampaio

Nutricionista